Como a maioria das doenças tratadas pelas ondas de choque são dolorosas, é inevitável sentir dor. Durante o tratamento, o médico literalmente “coloca o dedo na ferida”, e isso dói. No caso, o dedo são as ondas de choque.
Apesar disso, a dor não é insuportável, pois podemos utilizar recursos para diminuir a dor do paciente, como diminuir a intensidade de energia fornecida pelo equipamento e realizar anestesia local.
Portanto, a dor não deve ser motivo para o paciente ter medo de realizar o tratamento com ondas de choque. O medo deve ser de realizar o tratamento com um profissional que não seja médico e não esteja treinado para executar o tratamento com segurança e assertividade.
Existem diversas máquinas de ondas de choque focais e radiais pelo mundo afora, e algumas no Brasil. A escolha do equipamento mais apropriado pra você depende de diversos fatores a serem considerados, tanto com relação à efetividade do equipamento quanto com a logística e condições financeiras do médico que a utilizará.
Para se decidir qual o melhor equipamento para comprar, é necessário avaliar as referências das marcas dos equipamentos. Para tanto, é interessante a conversa com médicos mais experientes no tratamento com as ondas de choque. Por isso, recomendo fortemente uma consultoria com um especialista no tratamento.
Além disso, devemos procurar sempre os equipamentos com respaldo na literatura científica, ou seja, aqueles com trabalhos publicados por grupos comprometidos com a saúde do paciente e sem conflitos de interesses comerciais.
Por fim, é importante levar em consideração o custo-efetividade do equipamento, custos com manutenção e se o equipamento tem certificação dos órgãos reguladores do país.
As ondas de choque começam a atuar imediatamente ao serem aplicadas. Por isso, é possível observar resultados imediatos e tardios.
RESULTADOS IMEDIATOS:
Os resultados imediatos são diminuição temporária da dor e melhora da vascularização local. Entretanto, na maioria das vezes, esses resultados imediatos são fugazes e duram poucas horas. Alguns pacientes relatam melhora permanente da dor no dia seguinte à aplicação das ondas de choque, mas não é a maioria e não devemos criar essa expectativa.
RESULTADOS TARDIOS:
Os resultados tardios costumam ser perenes, mas começam a ser percebidos pelo paciente somente a partir de 1 semana, sendo mais robustos após 4 a 6 semanas do tratamento.
A demora se dá porque o estímulo das ondas de choque precisa chegar até o núcleo das células doentes, e estas precisam responder com produção de matriz extracelular, síntese de proteínas e outras ações que “normalizarão” o tecido tratado.
A melhora produzida pelas ondas de choque pode ser permanente ou passageira, e isso depende da doença e das atitudes do paciente. Por exemplo, numa pseudoartrose de tíbia, uma vez que há a consolidação da fratura, o resultado é permanente; por outro lado, numa tendinite patelar, por mais que as ondas de choque normalizem o tecido doente, se o paciente continuar com a atividade esportiva de forma inadequada a doença vai recidivar e isso não significa que as ondas de choque são ineficazes.
Essa pergunta não tem uma resposta exata porque a capacidade de resolução de um problema pelas ondas de choque, assim como para qualquer tratamento, depende de vários fatores, como o tempo de duração da doença, comorbidades do paciente (ex., diabetes, hipotireoidismo, etc), qual tecido está doente (ex., osso, tendão, músculo), entre outros.
Com isso em mente, compreende-se por que há casos que são resolvidos com 1 sessão e outros que necessitam de mais de 10 sessões.
Em média, são necessárias 1 a 3 sessões quando são utilizados equipamentos de ondas de choque focais, e 3 a 5 sessões quando se utilizam equipamentos de ondas radiais.
Considerando o tratamento somente de 1 local do corpo, as sessões de ondas de choque podem durar de 2 a 30 minutos. Esse tempo varia conforme o tamanho da área a ser tratada; por exemplo, a duração do tratamento no quirodáctilo (dedo da mão) gira em torno de 2 minutos ao passo que a duração do tratamento no fêmur gira em torno de 10 minutos, e na coluna pode chegar próximo dos 30 minutos.
O tempo acima relatado contempla somente o tempo que o equipamento fica emitindo as ondas de choque. Deve-se considerar também o tempo de conversa com o paciente (anamnese), o tempo necessário para posicionar o paciente para o tratamento e o preparo das áreas a serem tratadas. Considerando isso tudo, caso seja tratado somente um local do corpo, podemos dizer que o paciente fica com o médico de 30 minutos a 1 hora em cada sessão de ondas de choque.
O tratamento com ondas de choque deve ser realizado exclusivamente pelo médico. A maioria dos médicos que realiza esse tipo de tratamento são ortopedistas pela sua familiaridade com as doenças musculoesqueléticas e a anatomia cirúrgica da região.
Apesar do tratamento não ser invasivo, as ondas de choque agem dentro do corpo numa região específica, como se fosse uma cirurgia, mas sem a necessidade de cortar os planos dos tecidos do corpo. É um tratamento “teleguiado”.
Assim, do mesmo modo que uma cirurgia deve ser realizada pelo médico (inclusive as cirurgias guiadas por robô são assim), as ondas de choque também.
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